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| Bando, em montagem de 'Bença' (Foto: João Milet Meirelles) |
Uma linguagem cênica contemporânea, comprometida com um teatro engajado, mas também atento à alegria do palco. Assim pode ser definida a proposta do Bando de Teatro Olodum, que abre a programação do projeto "Abriu de Leituras", na próxima terça-feira, 27, no Espaço Cultural da Barroquinha. O elenco apresentará o texto "O Castigo de Oxalá", que narra a história de um homem negro que rejeita suas próprias raízes. A entrada é gratuita, com programação até o dia 2 de junho.
Nascido em uma cidade na qual a raça negra ocupa cerca de 80% de sua população, o Bando de Teatro Olodum mescla em suas peças humor e discussão racial, leveza e ironia, diversão e militância.
Além da palavra, os atores utilizam referenciais rituais do Candomblé, como a dança e a música, e se embriagam na fonte da cultura afro-brasileira.
Surgido no segundo semestre de 1990, estreou nos palcos de Salvador em janeiro de 1991. O Bando tem seu teatro enriquecido pela experiência dos diretores Márcio Meirelles e Chica Carelli, do coreógrafo Zebrinha e do diretor musical Jarbas Bittencourt, que dão base estética à linguagem do grupo, formado atualmente por 16 artistas negros de diferentes gerações.
Das reflexões sobre o universo sóciocultural do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador, passando pelo episódio da greve das polícias Militar e Civil na capital baiana, em julho de 2001, entre outras situações de conflito social, o Bando criou um farto repertório.
A convite do Ministério da Cultura de Angola, o Bando levou o seu maior sucesso, “Cabaré da Rrrrraça”, para o solo africano, em comemoração a Semana do Teatro.
Em 2006, foi agraciado com o projeto do Ministério da Cultura (MinC) intitulado Copa da Cultura, com o objetivo de levar, ainda no ano da Copa, artistas brasileiros para a terra alemã, no Festpiele in Ludwigshafen. A peça escolhida foi “Sonho de uma Noite de Verão”, de William Shakespeare.
Em 2007, a adaptação do espetáculo "Ó Paí, Ó" para o cinema, por Monique Gardemberg, estrelado por atores do Bando, deu maior visibilidade ao grupo; em 2008 o texto virou série na Rede Globo.
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