Os personagens-chave da trama são os recém-casados Leonor e Raimundo, que vivem numa casa simples, na mata do Nordeste brasileiro.
Raimundo, um negro educado e esforçado na venda de madeiras, sonha ascender socialmente desde que se casou com Leonor, mulher branca e bonita, que esconde um passado “imoral”.
O cotidiano de Raimundo é dividido com seus dois empregados: Belarmino, homem prestativo que sonha ter uma terrinha onde nasceu; e Isidro, que inveja o patrão quando o vê prosperando nos negócios e feliz no casamento.
No decorrer da peça, Raimundo demonstra desprezo pelas manifestações de umbanda que acontecem próximo à sua casa, considerando-as cultura inferior.
A narrativa, no entanto, ganha atmosfera misteriosa com a aparição de Ernesto, homem branco, que no passado foi noivo de Leonor e a obrigou à prostituição. Ele acabara de deixar a prisão, com a intenção de que Leonor volte a vender o corpo.
A partir de então, Ernesto une-se a Isidro no desejo de vingança e armam um incêndio na madeireira de Raimundo para deixá-lo falido e despistar-lhe a atenção enquanto rouba Leonor.
Para salvar a esposa, Raimundo tenta matar o rival, mas atira na mulher. O triste fim é confrontado com sons de atabaques e pontos de Umbanda, como se a tragédia fosse um castigo ao desprezo de Raimundo por sua cultura e aparência.
“Castigo de Oxalá” não foi montada pelo Teatro Experimental do Negro (TEN), mas contou com seu apoio.
A montagem foi apresentada pela primeira vez pelo grupo amador "Os Peregrinos", em 26 de janeiro de 1961, mesmo ano em que foi escrita, na Escola de Arte Dramática Martins Pena (RJ), sob a direção de Aylton de Menezes.
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